31 de março de 2006

Dos Autores

Todos têm em comum o serem românticos, na acepção técnica do termo. São Miguel é a mais mística. Tem uma saudável relação com os anjos e daimones, as coincidências, os pressentimentos, intuições… É seguidora dos Evangelhos Apócrifos e do de São João, grande admiradora de filosofias orientais, como o Budismo Zen e o Taoísmo e simpatizante de algumas heresias cristãs da Antiguidade e da Idade Média, como, por exemplo, a dos Priscilianistas.
Carvalhinho do Lago, não destrinça vida de amor. Todos os movimentos da natureza são actos amorosos e, por conseguinte, manifestações divinas. Carvalhinho diz-se pagão e fervoroso admirador das verdadeiras bruxas. Também me parece algo animista.
Zep é um duende. Conta, quem o conhece, que não tem idade, ou que será imortal. Não é bem verdade, pelo menos neste sentido biológico. Mas é-o pelo facto de ser um discípulo do seu próprio pai que o era do pai dele que, por sua vez, também o era do pai… até ao início dos tempos. Zep escreveu um livro. “O Pequeno Livro da Grande Sabedoria”. Eu acho que é mesmo um pequeno livro. Zep também é pequeno. Só conheço duas citações desse livro, uma delas já publicada, “Violetas e Amores”. Zep tem uma linguagem especial. Por exemplo: o verdadeiro nome do livro é “Do Pequeno Livro a Grande Sabedoria”. Porque o importante é a emanação, não o objecto ou o tamanho dele. Assim, Zep acha que se pode fazer um livro com uma só frase e até uma só palavra. “Porque palavras há maiores que de uma vida inteira o discurso”, diz ele. Foi dele a causa que dois poemas Carvalhinho fez (ups!), digo, foi por causa dele que Carvalhinho fez dois poemas, um também já publicado (“dos naufrágios”).
Todos se conhecem bem uns aos outros. Não há mistério nenhum à volta da relação de Carvalhinho do Lago e São Miguel. Viveram juntos muitos anos e amaram-se bem. (Talvez ainda se amem, mas isto é só o que eu penso). Quanto à relação de Zep e Carvalhinho, as coisas não são tão simples (se houver relações simples e profundas ao mesmo tempo). Zep diz que um antepassado dele conheceu um antepassado de Carvalhinho. Que foram amigos e companheiros de muitas andanças. Carvalhinho não está completamente convencido porque acha que Zep tem uma imaginação excessiva, mas este insiste que o primeiro é descendente em linha directa de Sir Loak, Prince of Mist, um príncipe desterrado, de tempos imemoriais, que viveu a par com a lenda e que acompanhou, por muitas vezes, os cavaleiros da Távola Redonda nas suas lutas e batalhas. Mais, que terá sido a ele mesmo, dado o próprio facto de não ser um cavaleiro da Távola, que Artur confiou a guarda do Graal. Zep pensa que foi isso que esteve na origem da vinda do Calix para Portugal, no início do século XIV, resgatado por um cavaleiro do Templo, também este descendente de Loak. Mas esta e outras estórias ficarão para depois. Ando a tentar convencer Zep a escrevê-las para serem publicadas. Está muito renitente mas acho que acabarei por convencê-lo…
Outra coisa: é possível que, de tempos a tempos, sempre que achar necessário, acrescente aqui pormenores que pense poderem contribuir para uma melhor apresentação destes meus queridos amigos. Entretanto, espero as publicações deles.

1 comentário:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.