A história contada por Alberto Feio em Coisas Memoráveis de Braga, Diário do Minho, edição de 17 de Maio de 1955:
O fidalgo de Infias, Pedro Borges Pacheco Pereira tinha, de sua mulher D. Sebastiana Pereira Malheiro, quatro filhas casadoiras. A mais velha, com 27 anos, D. Maria Rosa, a segunda D. Ana José Maria, com 25 anos, e duas mais novas. Tinha-as ciosamente em apertado recolhimento em sua casa, quase como em clausura, o que não obstou a que Francisco Jácome se enamorasse da D. Ana, que afectuosamente lhe correspondia.
Tinham como obrigação sustentar um colégio para educação de meninas.
Como as filhas de Pedro Borges eram já de maior idade, o cauteloso pai tratou de obter um decreto régio, que impunha à Prioresa das Ursulinas a obrigação de as não entregar senão a seu pai ou sucessor de sua casa. A rapariga porém teve artes (o amor é sempre poderoso e imaginativo) de continuar a correspondência com o fidalgo vizinho do Avelar. Com o consentimento escrito da donzela, requereu Francisco Jácome ao Desembargo do Paço autorização para o casamento, alegando a violência do Borges, que, contra vontade, tinha a noiva enclausurada. Pediu que o Ouvidor conhecesse esta verdade, pela inquisição das partes e das religiosas.
Alberto Feio, “Diário do Minho”, 17 de Maio de 1955 e “Alberto Feio - Coisas Memoráveis de Braga e outros textos”, organização, prefácio e bibliografia por Henrique M. Barreto Nunes e Eduardo Pires de Oliveira, Universidade do Minho, Biblioteca Pública de Braga, Braga, 1984.
1 comentário:
Pois veja bem...
nada acontece ao acaso... Se eu tivesse nascido no passado, faria hoje parte da história, por enforcamento em praça pública, ou... Ou... Ou...
Beijos e obrigada pelo belo texto!!!
Boa semana!!!
Cris
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