Em nome da arte, amén

Não lhe queria fazer publicidade, mas ele já se tornou famoso como o porco, perdão, homem, que com uma só cajadada conseguiu matar um cão e a Arte. Guillermo Habacuc Vargas pretende ser um artista. É da Costa Rica. Fervoroso adepto do princípio da crueldade, ser sublime a viver num nível que nós, comuns mortais, não vislumbramos e ao qual nem sequer devemos aspirar, mui intelectualmente decidiu "constatar a nossa hipocrisia" e fazer um favor divino a um rafeiro doente, expondo-o preso por curta corda numa ignóbil galeria de arte de Manila, proibindo-lhe o alimento e, à vista de todos, deixando-o morrer. Mais imbecis que o porco, perdão, homem, mas subjugados a tamanha audácia criativa e gloriosa veia artística, a Bienal Costarricense de Artes Visuales (Bienarte) 2007 seleccionou, em Setembro último, este portento das Belas Artes para representar esse pequeno (parece que também em espírito) país sul-americano na Bienal Centroamericana Honduras 2008. A minha assinatura na petição online que pretende boicotar a presença do porco, perdão, homem, na exposição hondurenha tem o número 108396. Se, como eu, o estimado leitor deste blogue está convencido de que não há ideia alguma, por mais fundamentada que seja, que tenha valor se demonstrada com actos cruéis, então vá lá e junte o seu nome.

Obrigado, Tixa!