20 de novembro de 2007

Porque me calo



De uma vez só, recebo dois emails, tratando-se o primeiro de um artigo do Público (transcrito abaixo) e o outro, de um alerta do Youtube para um vídeo da RTP colocado em Apdeites. Depois penso nas belas lições sobre a nobre arte da governação que o senhor engenheiro primeiro-ministro deverá hoje estar a receber do Que-No-Se-Calla, em cujo sumário deve inevitavelmente constar "Como evitar a humilhante sujeição ao acto eleitoral".

Ora, é relembrando grossas fatias do passado deste país, assistindo ao seu presente e não conseguindo prever-lhe qualquer futuro, que a minha vontade de consumir energias a gatafunhar o que quer que seja que me possa criar a ilusão de que dou um contributo, ainda que ínfimo, para o agitar de consciências é menos que zero.


Avaliações do primeiro período

Professores estão a ser pressionados para não dar negativas

20.11.2007 - 12h18 PUBLICO.PT

Os conselhos executivos de várias escolas estão a pressionar os professores do 2º e 3º ciclos (do sexto ao nono ano) para evitarem ao máximo dar notas negativas aos alunos já no primeiro período lectivo.

Os professores começaram a sentir esta pressão no início do mês, devido às inspecções que vão decorrer nas escolas, adianta o diário "Correio da Manhã", que avançou hoje com esta notícia.

Muitas escolas vão ser visitadas por inspectores até final de Dezembro, no âmbito do seu processo de avaliação e, como um dos critérios que terá maior peso para a "nota" é o índice de aproveitamento escolar dos alunos, os conselhos executivos têm centrado as suas recomendações no sentido de que os professores evitem ao máximo dar negativas, explica ainda o jornal.

Dos resultados da avaliação da escola depende a eventual concessão de contrato de autonomia.

Sindicato fala em estratégia para melhorar estatísticas. O Sindicato dos Professores do Norte considera que "a pressão sobre os professores para que os meninos passem todos já vem de há alguns meses" e "tem vindo a intensificar-se", segundo Lurdes Salgueiro, citada pelo "Correio da Manhã".

Para o Sindicato, a pressão para evitar negativas no Natal radica numa estratégia do Ministério da Educação no sentido de melhorar as estatísticas do aproveitamento escolar em Portugal, com vista à comparação na UE.

O inspector-geral da Educação, José Maia Azevedo, recusa no entanto que as avaliações externas "possam induzir qualquer falso sucesso". E diz que "as notas do primeiro período não terão qualquer peso na avaliação das escolas"."A progressão dos alunos é um dos pontos, não o único nem o mais importante. Mas isto tem a ver com as notas dos últimos anos e a evolução que se tem verificado e não propriamente as notas do Natal", diz ainda Maia Azevedo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Mas isto não tem nada de estranho. Atendendo que as orientações estão em concordância com o polémico percurso académico do nosso primeiro, que afinal chegou onde está, para quê tanto alarido com a avaliação dos catraios. Só estranho não terem alargado as medidas ao secundário e porque não ao universitário. Mas lá chegaremos.