27 de dezembro de 2007

Natal de Benazir


"Que o espírito toque também os de coração mais empedernido" , dizia na postagem anterior. Deixar isto escrito significou, para mim, uma pequena luta contra o receio de caír no ridículo com tamanha infantilidade. Deixei estar mesmo pensando no terrorismo non-stop, visualizando imagens de veículos destruidos no meio de ruínas fumegantes de prédios, pedras e cimento manchados de sangue. Iraque, Afganistão, Líbano, Paquistão, Argélia, Turquia, Israel, Palestina, Indonésia, E.U.A., Inglaterra, Marrocos, Espanha,... Eis a globalização do terror trazida nas mãos tintas dos indizíveis membros das células da Al-Qaeda & Friends. Hoje foi Benazir Bhutto e, com ela, o ponto final no que podia restar de esperança ao povo do Paquistão, e uma decisiva machadada nas aspirações de liberdade de todas as populações do Próximo e Médio Oriente, reféns, hoje em dia, do Terceiro Totalitarismo. Também nós aqui no Velho Continente, se os atentados terroristas, ou tão só a sua ameaça, continuarem, iremos sofrer as consequências do redobrar de vigilância e medidas de segurança, panorama que a muitos dirigentes políticos demasiado agarrados ao poder que o povo lhes conferiu (que os há, sim, também nesta democrática Europa) não desagrada de todo. A confirmarem-se as piores expectativas, não será a primeira nem a segunda vez na História em que se assistirá a uma Europa cercada. Os efeitos foram sempre terríveis.

Há corações de que nenhum espírito natalício se aproxima, deixando-se tocar apenas pelo aço, o fogo e o urânio empobrecido.

2 comentários:

Marco Gomes disse...

Uma barbárie escondida e instigada pelas grandes nações democráticas que preferem o lucro a ver as demais nações desfrutarem de democracia.

Um acontecimento infeliz este.

Berro d'Água disse...

Independente das barbáries da humanidade e da liberdade sangrante que a leva a resolver suas diferenças com sangue, te desejo um excelente final de semana e tudo de bom para ti e os teus, no novo ano!!!

Beijo e até 2008!!!
Cris