24 de julho de 2008

Delenda Bracara I


Sala Egípcia - Braga

Braga tem esta característica de possuir uma alma conservadora em relação à moral e aos costumes, mas é estranha e talvez compensatoriamente destruidora em relação à sua herança urbana e arquitectónica. Em Património Perdido (via Blogscraps) lê-se que a lista de tudo o que de relevante Braga perdeu nos últimos anos é interminável. Com razão. No entanto, neste momento o mais importante é, na minha humilde opinião, evitar que se perca a Sala Egípcia à Rua do Souto, esplêndida imitação da decoração pictórica interior de um monumento funerário do Egipto Antigo, um dos últimos fôlegos do romantismo português. Já em 2005 a ASPA pedia a classificação da Sala Egípcia e da Barbearia Fernando Matos*. Esta, entretanto, já fechou...

* Fotografia da Barbearia Fernado Matos de Alexandre Cristóvam.
Fotografia da Sala Egípcia em Bracara Angustia.

4 comentários:

Vítor Pimenta disse...

É arrepiante :/

JPG disse...

Braga é uma das cidades mais bonitas e mais civilizadas de Portugal, cá p'ra mim. Pensava conhecê-la razoavelmente. Mas como diabo é possível eu nunca ter sequer ouvido falar desta "Sala Egípcia"? Aquilo é um mural? Um fresco? Em que ano foi feito?

Pedro Leite Ribeiro disse...

As paredes desta sala estão todas pintadas com frescos como o que se vê na fotografia. Logo que saiba o ano certo digo aqui. Penso que é dos inícios do século XX. A sala é fantástica. Quando lá fui pela primeira vez, a parede por trás do balcão estava suja do café da máquina. Aqui funcionava o bar de um sindicato. Posteriormente, começou a haver infiltrações de água da chuva. A Câmara de Braga parece ter um projecto que pressupõe a total destruição do edifício... Havia um site dedicado a esta sala mas já não o encontro. Também se foi...
Isto é próprio de cidade civilizada? Isto é a barbárie, caro JPG.

Pedro Leite Ribeiro disse...

Em "Domingo de Manhã", 30 de Janeiro de 2006, encontrei isto aqui: "(...) projectado por José Faria Barbosa e pintado por Lúcio Fânzeres em 1937, de acordo com uma corrente que teve enorme sucesso em Portugal nos finais do século XIX e inícios do seguinte, que decorava as paredes dos cafés com motivos exóticos, em geral orientais, ou da arte do antigo Egipto dos faraós (...)". Esta postagem de António Durães anunciava o último dia do Bar Egípcio.