Posso ser o gato que, lasso, se enrosca a teus pés aquecendo-os com um calor morninho. Quando mudas de posição, levanto-me com um ligeiro queixume miado e, num misto de solicitude e agrado, procuro de novo o teu pé para, meigo, nele me deitar.
Posso ser o sapato que usas a teu bel-prazer, conforme o teu gosto e capricho, ou até a cor do vestido que, tão elegante, sabes habitar. Se o teu vestido, ou capricho, ou gosto, mudam, deixo de ser o sapato que te agrada calçar.
Posso ser o gato silencioso que, saltando para a tua cama, tenta esconder-se debaixo do teu edredão, procurando o tacto liso da tua pele. Como queres, lânguida, dormir sem o incómodo do meu ronronar, brusca, a tua mão me expulsa com um leve empurrar.
Posso ser o sapato que, com vaidade e encanto, passeaste na rua iluminada das lojas chic da cidade. Ou porque a sola se me foi gastando, ou porque um qualquer vinco me ofuscou o brilho, desfigurando-me a forma, fui esquecido num canto obscuro do armário, até ao dia em que, com tempo, te decidas a atirar-me ao sítio para onde destinas as coisas imprestáveis da tua casa.
Posso ser o teu gato, posso ser o teu sapato... mas faz de mim gato-sapato!
Posso ser o sapato que usas a teu bel-prazer, conforme o teu gosto e capricho, ou até a cor do vestido que, tão elegante, sabes habitar. Se o teu vestido, ou capricho, ou gosto, mudam, deixo de ser o sapato que te agrada calçar.
Posso ser o gato silencioso que, saltando para a tua cama, tenta esconder-se debaixo do teu edredão, procurando o tacto liso da tua pele. Como queres, lânguida, dormir sem o incómodo do meu ronronar, brusca, a tua mão me expulsa com um leve empurrar.
Posso ser o sapato que, com vaidade e encanto, passeaste na rua iluminada das lojas chic da cidade. Ou porque a sola se me foi gastando, ou porque um qualquer vinco me ofuscou o brilho, desfigurando-me a forma, fui esquecido num canto obscuro do armário, até ao dia em que, com tempo, te decidas a atirar-me ao sítio para onde destinas as coisas imprestáveis da tua casa.
Posso ser o teu gato, posso ser o teu sapato... mas faz de mim gato-sapato!
6 comentários:
Olá Pedrocas!!!
Este teu poema é muito triste.
A primavera está ai queremos coisas mais alegres... :)
bj
xana
Não acho assim tão triste...
Beijinhos!
Apesar do equívoco Dos Autores obrigada por atenderes ao meu pedido.
São Miguel parece-me um pouco eclética, embora não o sendo totalmente e muito romântica, embora não o sabendo.
Ainda bem que me fizeste reparar no "equívoco", tati! Por isso, eu é que agradeço.
Pode ser triste mas não deixa de ser bonito! Ninguém tem um pai, gatinho tão romântico como o meu! :-P
Adoro-te***beijinho
Não se pode contradizer uma Maravilhosa Fada Borboleta! As fadas têm sempre razão!
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