Na Galiza luta-se, até agora em vão, pelo reconhecimento da língua galego-portuguesa, enfrentando a oposição do todo-poderoso governo central de Madrid e a usual e hipócrita politicamente correcta indiferença, não só dos nossos governantes, como dos que suposta ou pretenciosamente dizem representar-nos no Parlamento Europeu. Ainda com a notícia morna dos alegados 30% de portugueses apoiantes do iberismo, esquecidos ou simplesmente ignorantes da infeliz experiência de fins de quinhentos até quase meados do século XVII, ensina-se-lhes aqui, por via de não-Portugueses, o valor da nossa língua ("...e eleva a língua da lusofonia ao nível que merece por ser uma língua que, nascida na antiga Gallaecia e Lusitânia, foi espalhada por dois terços do mundo pelos portugueses, que construiram a primeira nação-estado europeia em 1249, com cerca de 250 anos de antecedência da Espanha.") e o nome da que querem falar: o portunhol, língua que lhes permitiria ser efectivamente aquilo que por ora só aparentam: portunhóis! ("Na Galiza o governo da Alianza Popular, através do Decreto de 17 de Novembro de 1982, de costas viradas ao Parlamento, optou por um sistema de reforma ortográfica fora do normal em todos os países. Impôs a espanholização da língua portuguesa da Galiza através do Executivo e não do Legislativo. Inventando o portunhol provocou a desagregação da Língua Portuguesa.").
Em 1580, Filipe II de Espanha conseguiu arregimentar apoiantes para a sua causa à custa de luvas em dinheiro, cargos, terras e títulos. Num Portugal subitamente arruinado nos ensanguentados campos de Alcácer-Quibir foi tão fácil o suborno como nos nossos dias o é para um povo cansado de uma crise que deixou de o ser para passar a constituir retrato permanente do País e sua característica idiossincrática. Podemos, assim, fazer uma associação directa entre o portunhol e o corrupto, pelo que poderá este recém-identificado stock racial adquirir o estatuto de etnia e reivindicar território, que desde já proponho localizar-se para as bandas do Arquipélago dos Bijagós (se, evidentemente, devidamente consentido pelos seus habitantes naturais).
Leituras recomendadas: Carta da Comissão Galega do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa ao Presidente da Junta da Galiza, de 17-08-2004, e o Parecer Sobre a Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa da Galiza emitido pela Direcção das IRMANDADES DA FALA DA GALIZA E PORTUGAL em 20/11/2001. A não perder, igualmente, a reportagem da RTP sobre Galego-Português na UE, passada no Jornal da Tarde de 1 de Janeiro do corrente:
Em 1580, Filipe II de Espanha conseguiu arregimentar apoiantes para a sua causa à custa de luvas em dinheiro, cargos, terras e títulos. Num Portugal subitamente arruinado nos ensanguentados campos de Alcácer-Quibir foi tão fácil o suborno como nos nossos dias o é para um povo cansado de uma crise que deixou de o ser para passar a constituir retrato permanente do País e sua característica idiossincrática. Podemos, assim, fazer uma associação directa entre o portunhol e o corrupto, pelo que poderá este recém-identificado stock racial adquirir o estatuto de etnia e reivindicar território, que desde já proponho localizar-se para as bandas do Arquipélago dos Bijagós (se, evidentemente, devidamente consentido pelos seus habitantes naturais).
Leituras recomendadas: Carta da Comissão Galega do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa ao Presidente da Junta da Galiza, de 17-08-2004, e o Parecer Sobre a Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa da Galiza emitido pela Direcção das IRMANDADES DA FALA DA GALIZA E PORTUGAL em 20/11/2001. A não perder, igualmente, a reportagem da RTP sobre Galego-Português na UE, passada no Jornal da Tarde de 1 de Janeiro do corrente:
Ou, em alternativa, aqui.
"Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades."
(Sophia de Mello Breyner Andersen)
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