6 de novembro de 2006

Theatro Circo (III)


Edição do Bazar Soares - Porto - (Foto Marques - Braga)



Nos idos sessentas, pelo Carnaval, o Theatro Circo enchia-se de ruidosas crianças para alegadamente assistirem ao filme infantil que lhes era, nesse dia, especialmente dedicado. As endiabradas criaturas, umas mascaradas, outras sem se preocuparem com esse género de "pormenores", armavam-se até aos dentes com toda a espécie de produtos de mercearia, que íam da farinha aos ovos, sem se esquecerem do ingrediente essencial do bolo, a água, que transportavam em enormes frascos de plástico. Já dentro do pobre teatro, era uma corrida desenfreada para os locais mais estratégicos, as frisas (os "galinheiros", como então se lhes chamava) ou, não tendo já aí lugar, para os camarotes mais altos. É que o recinto enchia sempre, e acabado o filme, todos os diabretes, sem excepção, saíam afinal mascar(r)ados, ficando a plateia transformada em cenário da 1.ª Guerra travada nas lamacentas trincheiras da Flandres.

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito engraçado isso e que lugar mais estranho para se soltar as diabruras???

Imagino como ficava o Teatro depois de tamanha farra!!!

Muito bom esse teu espaço...
Beijo,
Cris

Pedro Leite Ribeiro disse...

Se calhar foi por isso que teve que ser restaurado. :D