Sem comentários adicionais e apenas com o intuito de fazer saber que a célebre Lei das Rolhas de 3 de Agosto de 1850, contra a qual se insurgiram Alexandre Herculano, Almeida Garrett, António Pedro Lopes de Mendonça, José Estêvão de Magalhães, Latino Coelho, entre outros, está em vigor (Ver PÚBLICO).
À esquerda, pormenor de óleo sobre tela dos Passos Perdidos na Assembleia da República, onde se vêm Almeida Garrett, Alexandre Herculano e José Estêvão de Magalhães. Estou em crer que a grande maioria dos senhores deputados da Nação nunca deve ter ouvido falar destes nomes, nunca deve ter lido qualquer uma das suas obras e deve estar convencida que os quadros que figuram na AR têm uma função meramente decorativa. Imagino mesmo o deputado sr. eng. Silva a pensar: "Poça, que quadros tão feios! A minha Maria é que tem bom gosto! Aquele 'Caganeiro' que comprou numa galeria do Colombo é que é bonito e moderno!"
Via, Avenida Central.
À esquerda, pormenor de óleo sobre tela dos Passos Perdidos na Assembleia da República, onde se vêm Almeida Garrett, Alexandre Herculano e José Estêvão de Magalhães. Estou em crer que a grande maioria dos senhores deputados da Nação nunca deve ter ouvido falar destes nomes, nunca deve ter lido qualquer uma das suas obras e deve estar convencida que os quadros que figuram na AR têm uma função meramente decorativa. Imagino mesmo o deputado sr. eng. Silva a pensar: "Poça, que quadros tão feios! A minha Maria é que tem bom gosto! Aquele 'Caganeiro' que comprou numa galeria do Colombo é que é bonito e moderno!"
Via, Avenida Central.
3 comentários:
P, venha daí comer um arroz de polvo à Invicta, oupa!
Entretanto: não me interessa quase nada nem como, nem porque é que, os textos do Maldoror foram inicialmente obrados. O que me interessa mais são as actualizações dos 30s com os surrealistas, dos 60s com os situacionistas, e dos agoras com intervencionistas mais ou menos eficazes. Penso que, se ainda hoje se fala d/esses textos, é porque eles se mantêm activos. E qualquer um@ tem a legitimidade de lhes pegar, sem que por isso se aburguese ou corrompa.
D'ailleurs, e como dizia o Broodthaers, todos somos engagés, e o que importa é não nos tornarmos parte acéfala do engagement dos outros. Ou seja, andamos todos comprometidos, mas poucos sabem que compromissos subscrevem.
O nosso, este da amizade, estabelece que discordar favorece até a cutis.
Por outro lado, podemos aceitar que ainda há modernistas, e pós, e neós, que têm que vestir a pele da personagem enquanto o espéctaculo aguenta público, e vice-versa. E então que se fale bem ou mal, desde que se fale, à la Marlene (este é o tpc: qual delas?), à la Warhol. É assim uma inevitável projecção, não sei, talvez inefável regorgitar catártico, ou isso, uma qualquer Gesamkunstwerk, e tudo é palco, tudo é público, tudo é arte, alas, tudo é Maldoror! Decida portanto se quer engajar-se numa guerra de audiências. Se assim for, ao menos que lhe paguem o desempenho de figurante nesses projectos de arte performativa e pública, aka peixeiradas.
Se assim não acontecer, olhe lá, as acções ficam com quem as pratica blabla, conserve aí o nível, suba a fasquia, qualquer coisa, abra mão, deixe cair, barre o mau karma, isso já passou, somos todos amigos, e beijinho e fazemos pazes, ou então que metam rolha: tudo é bom porque acontece, se não não acontecia, oooooom.
Hei, se quiser retire este meu comment. Prometo que no próximo componho texto com Italiano e Margem Sul à mistura: até já é quase Verão...
Que país é este em que vivemos? Em que século estamos?
"A Lei da Rolha é infame, não coíbe com lealdade, está cheia de alçapões e d'entrelinhas, faculta e premeia a espionagem; quem a fez tem medo da opinião." em Pontos nos ii, 10 de Abril de 1890.
É vergonhoso este caso...
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