1903 (?)
1916-1918 (?)
Tendo podido aceder à internet a espaços, vou agora, durante alguns dias, deixar de o fazer. Doce obrigação que as férias impõem. Deixo, especialmente para os meus concidadãos brácaros, dois postais do Campo Novo, um provavelmente de 1903 e outro que terá sido feito entre 1916 e 1918 (cf. Eduardo Pires de Oliveira, "Para o estudo da imagem de Braga. O postal ilustrado", ASPA, 1979). Desde logo, ressalta esta curiosidade: com a imposição da República, o Campo Novo ganhou uma estátua de um rei!...
"À memória do chorado e virtuoso Rei de Portugal D. Pedro V (...)", reza a inscrição na base da estátua. Conseguirá alguém imaginar tão carinhosa dedicatória a um presidente da república? Para se ficar com uma ideia e rir um bom bocado, pense-se num destes nomes: Cavaco Silva, Jorge Sampaio, Mário Soares, e, a extremos, Ramalho Eanes. Ou, mais para trás, Américo Tomás, etc., etc. Como em tantos outros locais, por esse ainda belo Portugal interior, existe, perdida no meio do Monte de Santa Isabel, nos contrafortes da Serra do Gerês, uma pequenina nascente de água límpida, pomposamente chamada "Fonte d'El Rei", pela qual um dia passei durante uma caminhada por essas altitudes. De valor inestimável, a água, foi a pequena nascente carinhosamente oferecida pelo povo, dessa à época remota região, ao Rei, a todos os reis. Teriam feito o mesmo pelos presidentes? "Fonte do Presidente da República"?! Quando desapareceu, do coração de Portugal, este carinho profundo pelos reis? Terão sido as forçadas e intencionais mudanças de importantes símbolos nacionais como a bandeira, o hino, a moeda, a ortografia, capazes de fazer um povo esquecer os seus afectos?
Uma palavra ainda a propósito de "Doenças infantis do monarquismo": É verdade que o texto pode ser um pouco excessivo, tal como muito bem diz Miguel Castelo Branco. Aqueles parágrafos demasiado longos reflectem alguma irritação que se traduz num texto que foi escrito de um fôlego só. Como é evidente, não se dirige a ninguém em especial, mas pode ser a todos nós, o todo ou parte. Com certeza que o diagnóstico não é perfeito nem completo. Segundas, terceiras e mais opiniões, e de muitíssimo melhores "clínicos", podem e devem ser ouvidas e tidas em conta, se o eventual interesse do assunto para tanto der. Parece-me que a referida excessividade acabou por se justificar pelo feedback obtido, quer nos comentários que algumas pessoas tiveram a amabilidade de deixar, quer nas postagens em Combustões e O Jansenista, quer ainda nas visitas registadas como vindas desses dois excelentes blogues. De qualquer modo, a excessividade deste algo barroco Idolátrica estava prevista desde o início, conforme consta da sua descrição...
Muito obrigado a todos e... boas férias, para quem as tem!
P.S.: Enquanto cá não estou, vejam lá o que escrevem por aí, nas caixas de comentários! :)
"À memória do chorado e virtuoso Rei de Portugal D. Pedro V (...)", reza a inscrição na base da estátua. Conseguirá alguém imaginar tão carinhosa dedicatória a um presidente da república? Para se ficar com uma ideia e rir um bom bocado, pense-se num destes nomes: Cavaco Silva, Jorge Sampaio, Mário Soares, e, a extremos, Ramalho Eanes. Ou, mais para trás, Américo Tomás, etc., etc. Como em tantos outros locais, por esse ainda belo Portugal interior, existe, perdida no meio do Monte de Santa Isabel, nos contrafortes da Serra do Gerês, uma pequenina nascente de água límpida, pomposamente chamada "Fonte d'El Rei", pela qual um dia passei durante uma caminhada por essas altitudes. De valor inestimável, a água, foi a pequena nascente carinhosamente oferecida pelo povo, dessa à época remota região, ao Rei, a todos os reis. Teriam feito o mesmo pelos presidentes? "Fonte do Presidente da República"?! Quando desapareceu, do coração de Portugal, este carinho profundo pelos reis? Terão sido as forçadas e intencionais mudanças de importantes símbolos nacionais como a bandeira, o hino, a moeda, a ortografia, capazes de fazer um povo esquecer os seus afectos?
Uma palavra ainda a propósito de "Doenças infantis do monarquismo": É verdade que o texto pode ser um pouco excessivo, tal como muito bem diz Miguel Castelo Branco. Aqueles parágrafos demasiado longos reflectem alguma irritação que se traduz num texto que foi escrito de um fôlego só. Como é evidente, não se dirige a ninguém em especial, mas pode ser a todos nós, o todo ou parte. Com certeza que o diagnóstico não é perfeito nem completo. Segundas, terceiras e mais opiniões, e de muitíssimo melhores "clínicos", podem e devem ser ouvidas e tidas em conta, se o eventual interesse do assunto para tanto der. Parece-me que a referida excessividade acabou por se justificar pelo feedback obtido, quer nos comentários que algumas pessoas tiveram a amabilidade de deixar, quer nas postagens em Combustões e O Jansenista, quer ainda nas visitas registadas como vindas desses dois excelentes blogues. De qualquer modo, a excessividade deste algo barroco Idolátrica estava prevista desde o início, conforme consta da sua descrição...
Muito obrigado a todos e... boas férias, para quem as tem!
P.S.: Enquanto cá não estou, vejam lá o que escrevem por aí, nas caixas de comentários! :)
5 comentários:
Olá Pedro!!!
Fiz um desenhinho com cara daqueles feitos de mães, professoras, mulheres de modo geral, fazem para as crianças e postei Lâmina, juntamente com teu recadinho deixado pra mim, pela "ESCRITA NO FEMININO"...
Achei a expressão muito linda!!!
Beijo pra ti para teu final de semana e obrigada uma vez mais!!!
Cris
Amei o teu PHOTOTYPIAS!!!
Está lido!!!
Parabéns e um beijo!!!
Cris
Eu errei... Sniff... Sniff...
Refaço aqui:
Amei o teu PHOTOTYPIAS!!!
Está liNdo!!!
Parabéns e um beijo!!!
Cris
Magnífico trabalho que só vem atestar a capacidade de gerar informação, organizá-la e retê-la, por parte da blogosfera.
Viva Braga!
Obrigado, Cris e Joshua!
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