Como membro de um júri para avaliação de trabalhos de alunos sobre os obstáculos físicos que existem nas escolas para pessoas com deficiência acentuada de mobilidade, pude tomar consciência, mais uma vez, de um grave problema com que várias pessoas se deparam todos os dias das suas vidas. Enquanto analisava os trabalhos, lamentei-me por protestar demasiadas vezes contra as comparativamente pequenas e ridículas coisas que, dependendo da minha pressa, se colocam na minha frente dificultando-me o movimento. Pensei também nesta cidade de Braga e como deve ser complicado, para quem se move em cadeira de rodas, viver aqui. Longas avenidas cortadas por separadores só atravessáveis por passagens aéreas às quais se acede por vários lances de escadas. Passagens subterrâneas para peões, muitas vezes sujas e parece que até perigosas (conheço pessoas que preferem arriscar passar pelo meio do trânsito do que serem assaltadas no interior desses túneis), cujo acesso se faz, como nas pontes pedonais, por escadas. Que voltas têm que dar esses infelizes obrigados a usar cadeiras de rodas ou mesmo canadianas! E porque ignorar a possibilidade, que em muito depende do acaso, de nós próprios podermos vir a estar nas mesmas condições? Claro que não atribuo culpas a ninguém. O imputável está no cargo, para o qual foi democraticamente eleito, sublinho, apenas há cerca de 31 anos. Não teve tempo, portanto.
Imagem: Foster, D.H., Nascimento, S.M.C., & Amano, K. (2004) "Information limits on neural identification of coloured surfaces in natural scenes", Visual Neuroscience, 21, 331-336. (pdf)
Imagem: Foster, D.H., Nascimento, S.M.C., & Amano, K. (2004) "Information limits on neural identification of coloured surfaces in natural scenes", Visual Neuroscience, 21, 331-336. (pdf)
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