11 de maio de 2008

Em demanda do Encoberto


Mar do Cabo Espichel




Que symbolo fecundo
Vem na aurora anciosa?
Na Cruz Morta do Mundo
A Vida, que é a Rosa.


Que symbolo divino
Traz o dia já visto?
Na Cruz, que é o Destino,
A Rosa, que é o Christo.


Que symbolo final
Mostra o sol já disperto?
Na Cruz morta e fatal
A Rosa do Encoberto.

O Encoberto, in Fernando Pessoa, Mensagem.

5 comentários:

Anónimo disse...

A minha deficiente formação literária puseram-me na demanda duma interpretação para este poema de Pessoa. Como a Web é melhor que uma farmácia lá fui eu para um motor de busca. Do que li, a Rosa é está associada a ideais de perfeição e a Cruz às adversidades para os atingir. E voilá! (pensei) O clássico problema da quadratura do círculo.
K&H from Tati

Pedro Leite Ribeiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

E no nosso mar lusitano, não?

Pedro Leite Ribeiro disse...

B&O, Tati :)

joshua disse...

Que suavidade a declamação de este poema na emoção-reencontro da nossa História sob o pulso de gente sólida na fé, firme num patriotismo intransigente, que nos trouxe até aqui, mas, neste ponto agonizantes, sob a presente vigarice regimental.

Que saudade do reatar de essa História então Viril tão decidida, antes da apagada e vil tristeza que ainda perdura e da vã cobiça que mais cresce!

Que prazer reabraçar a grafia antiga e não perder pitada do teu e nosso Idolátrica, Pedro!

PALAVROSSAVRVS REX