Pobre ou rico, vassalo ou soberano,
Iguais são todos, todos são parentes;
Todos nasceram ramos descendentes
Do tronco antigo do primeiro humano.
Saiba, quem de seus títulos ufano
Toma por qualidade os acidentes,
Que duas gerações há só diferentes
Virtude e vício: tudo o mais é engano.
Por mais que afecte a vã genealogia
Introduzir nas veias a nobreza
De melhor sangue, do que Adão teria:
Não fará desmentindo a natureza,
Que seja sem virtude a fidalguia
Mais que um triste fantasma da grandeza.
João Xavier de Matos, (1730/35 - 1789)
A nobreza só é verdadeira onde há virtude, sem a qual é vaidade. (Em Víamos e não veremos...)
1 comentário:
Como Horácio (não o Roque),
aurea mediocritas.
Obrigado pelas "confirmantes" linhas.
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